Gatinhas Bem Cheirosas

Este é o blogue que vai certamente mudar a sua vida...para pior. Criamos ideias que não vão chegar a lado nenhum.

quarta-feira, novembro 30, 2005

Frase da Semana...

... a propósito da flacidez:

A celulite não é um defeito. Aqueles furinhos querem dizer "Sou boa" em Braille!

segunda-feira, novembro 21, 2005

a INCONTINÊNCIA

Há uma notícia animadora para quem anda com problemas de depressão e com muita vontade de chorar, sim, e para quem sofre de incontinência também, tendo em conta o afamado dizer português que já tão sabiamente as nossa avós pronunciavam, quanto mais se chora menos se m..., portanto amigas com síndrome pré-menstrual, chorem, que é uma maneira mais elegante de evacuar fluxo líquido.
Sim e você, pessoa saudável, se estiver aflito, chore...qualquer motivo é bom, desde que seja triste.

terça-feira, novembro 08, 2005

Dentistus Medicinus

Não. Não é mais nenhuma técnica de caça. É apenas uma breve descrição sobre este animal necessário para a nossa saúde "dental", mas não muito desejado...


O dentistus medicinus pertence à espécie dos medicinus. Identifica-se, logo, pela bata branca. Muitos imigraram do Brasil, notando-se, de imediato, a música que invade o seu habitat natural, o consultório, e pelo português açucarado que emite.

De todos os da espécie medicinus, o dentistus é quem faz provocar pesadelos e fobias aos que o vão visitar por necessidade. Com os outros medicinus, isso já não se passa. O familiaris medicinus, por exemplo, ouve apenas o paciente e sem o tocar, consegue, pereceber do que sofre, passando-lhe uma receita, despachada, com letra ilegível. O psichiatris medicinus, apenas emite o som - sim, sim, pois, pois, ahã, ahã... enquanto ouve o paciente. Agora com o dentistus, isso já não se passa. Não basta dizer-lhes qualquer coisa como "Oh sr doutor, está tudo bem com os meus dentes. Apenas sinto uma leve dorzita neste meu molar" Pois, o dentistus não responde com ãh, ãhs, nem pois, pois, nem prescreve nenhuma receita para a dor do molar. Empurra o paciente para a cadeira extensível, carrega no botão para elevá-la e lá nos obriga a abrir a boca e a colocar dentro dela um tubo de plástico, com um som estranhíssimo. E vemos o dentistus a deleitar-se com a possibilidade de colocar um chumbito ou, ainda melhor, de arrancar de vez o dente. É verdade. O dentistus tem um gosto particular em arrancar dentes.

- Oh, oh! A menina tem pouco espaço na boca. Vai ter que tirar esses dentes do siso. Lá vou eu ter que lhe tirar o juízo! - e, de risada satisfeita com a chalaça que ele próprio criara, lá abre a boquita da menina, quase à força, para tentar localizar mais algum problema.


O meu dentistus, (sim, cada um de nós tem um dentistus privado. Não o tem? Já reparou, por acaso, no mau hálito que isso provoca?) tem um gosto particular, para além de arrancar dentes do siso, de falar imenso. A minha teoria é que, coitado, em casa deve sr proibido de falar e, então, no consultório vinga-se nos pacientes.

- Então, está boazinha? Qual é, desta vez, o dente para arrancar? Já viu como está o tempo hoje? Não se pode com este calor...oh menina, abra mais um bocadinho a boca para lhe poder chumbar esse dentinho... ainda no outro dia, blá blá blá blá ... não acha? Ein?

Claro, que, por razões óbvias, a paciente só pode responder com a cabeça... é o que eu digo. Tem uma necessidade tal de falar, que, no consultório, entubando um paciente com aquela coisa de sucar saliva, não há forma possível de o interromper, nem de responder às suas perguntas.

- Ah! Isso de arrancar dentes não é nada! Não se sente nada, é só ver o sangue que salta e suja-se tudo, mas nada de grave. Ah, ah, ah. Assustei-a?

Não, com a cabeça. Momento de colocar a anestesia:

- Isto da anestesia é muito engraçado, então quando se arranca o dente de baixo, fica-se com o queixo dormente e acaba por ficar com o lábio pendente e babar-se toda. Ah, ah, ah.

Não há sinal de abano com a cabeça. Momento de arrancar o dente, o derradeiro dente do siso. Um puxão. Sente-se a ranger qualquer coisa.

- Oh diabo! Parece que este é dos teimosos. Ah, ah, ah.

A paciente abre mais os olhos de susto. De repente, por incrível que pareça, o dentista não diz mais nada. Só puxa, puxa... limpa o suor da testa, muda de broca para alicate, de alicate para broca. O dentistus não pronuncia palavra. O assunto é grave.

- Ai, que este dente é mesmo teimoso. eh eh...- o sorriso, desta vez, não parece ser de muito entusiasmo... a paciente, já dormente, só pensa em sair dali. Oh, mas a anestesia não deixa. Sente-se tonta.

Por fim, depois de mais uma hora de boca aberta, o dente teve que ser arrancado, isto na chalaça do dentistus, por capítulos: capítulo I: a coroa; capítulo II: mais um pedacinho da coroa; capítulo III: mais um pedacinho do corpo do dente; até, finalmente, terminar o Romance completo em 50 capítulos, incluindo uma migalha final da raiz que, teimosamente, não queria deixar a boca da menina...